A Paz do Senhor irmãos,
Segue texto enviado pela irmã Gileane.
"Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça a sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros." (1 Sm 15.22)
Dentre inúmeros relatos constantes na Santa Escritura a respeito do significado da obediência aos mandados do Senhor, um em particular me chama bastante atenção. No capítulo 7 do livro de Josué, está descrita a história de Acã, que seduzido pela cobiça, desobedeceu à ordem expressa do Senhor no tocante ao anátema (Js 6.17-19; Js 22.20) e recolheu entre os despojos uma capa babilônica, duzentos ciclos de prata e uma barra de ouro do peso de cinquenta ciclos (Js 7.21). Essa infração trouxe consequências irreparáveis para a vida dele e para todo o povo de Israel. Como é do seu conhecimento, Israel perdeu a guerra seguinte contra a cidade de Ai (Js 7.7-12) e Acã, sua família e tudo quanto tinha foram condenados à morte por apedrejamento (Js 7.24-26).
Você, assim como eu, bem sabemos que resultados amargos advirão quando assumimos uma postura rebelde aos mandamentos do Senhor. Isso não é novidade para nós. Por que será que, mesmo conscientes dos frutos que serão colhidos pela prática do delito, escolhemos nos arriscar ao transpor a margem de segurança que encontramos na obediência? Dentre muitas razões para essa escolha - que convergem para uma mesma conclusão sobre a nossa natural tendência à transgressão (Rm 7.14-24) - quero destacar um aspecto singular que precisa ser compreendido por nós, especialmente no que concerne aos mandamentos divinos.
Muitas vezes condicionamos a submissão às ordens ao entendimento lógico do seu significado. Eu preciso entender, concordar com esse entendimento para poder executar a ordem prescrita. A ordenação deve ter sentido lógico para mim. E aqui, não me refiro a compreensão natural das palavras contidas na regra. Me refiro à regra em si e a todo o arcabouço de comportamento que ela impõe. Porém, em algumas narrações bíblicas é justamente o contrário que se percebe. Ou seja, muitas vezes a nossa razão deve ser posta de lado, para podermos exercitar a confiança em Deus através da obediência às suas ordens.
Pense comigo no texto que foi citado sobre a história de Acã. No capítulo seguinte ao relato da derrota dos israelitas perante os guerreiros de Ai, cuja razão se deveu a desobediência de Acã no tocante ao anátema, o Senhor prescreve nova ordenança a respeito de um mesmo tópico: "os despojos". Desta vez, de forma contrária ao que havia sido determinado para a luta contra Jericó, os despojos pertenceriam ao povo (Js 8.2). Veja bem, se pararmos para analisar a lógica contida nessa ordem, ela simplesmente inexiste. Uma hora não se deve tocar nos despojos mas, no momento seguinte, é permitido saqueá-los! A minha compreensão humana entra em conflito ao tentar entender essa regra. O que eu e você precisamos compreender é que "o despojo" é mero coadjuvante nessa história. A derrota e vitória constantes nessa passagem não estavam ligadas ao despojo, mas a obediência incondicional a voz do Senhor, independente daquilo a que ela se referisse. Já imaginou se Abraão tivesse parado para pensar na lógica da ordem que ele recebeu para sacrificar Isaque?! Se isso tivesse ocorrido seu nome não estaria inserido na galeria dos heróis da fé (Hb 11.17-19). Para ele, importou mais cumprir a ordem demonstrando a confiança que ele tinha em Deus do que se permitir perder a aprovação do Senhor cedendo a sua limitada compreensão humana.
No que concerne à obediência as determinações do Senhor, a nossa percepção lógica deve recair sobre um único ponto: a certeza de que à ordem emana do Todo Poderoso, ainda que de forma indireta. Pois, assim como aconteceu com Josué que passou a determinação de Deus ao povo, no presente tempo o Senhor ainda se utiliza dos Seus ungidos para transmitir para nós Suas ordens sobre os vários aspectos da nossa existência. Esteja atento para perceber à voz do Soberano nas palavras do seu líder e obedecer, para não ter que sacrificar depois. Humanamente falando, sacrificar implica em um esforço muito maior do que o obedecer. Do ponto de vista de Deus, obedecer é infinitamente melhor e mais prazeroso do que o sacrificar. Portanto, pare de condicionar a sua obediência ao ponto de vista meramente lógico. Pare de perguntar: "Mas por que eu tenho que fazer isso? Por que eu tenho que me submeter a tal regra?". Procure descobrir se ela procede do Senhor, seja na sua forma direta, como aconteceu com Abraão, ou indireta. E uma das maneiras mais eficientes de se perceber isso é submetê-la ao crivo da Sua Santa Palavra. Não deixe de ler a Bíblia, amado!
Deus te abençoe!
Gileani Araújo
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